terça-feira, 19 de outubro de 2010

(do Verdade ou Veneno) 10 de Dezembro

quinta-feira, 10 de Dezembro de 2009

Três
"Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonanca
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança"

(S.G.)

Dizer-te que não imagino os meus dias sem que existas é pouco, e se pensares bem nesta frase, é tudo. Quero explicar-te bem, mas precisava das tuas mãos pequenas, dos teus dedos de magia, precisava dos teus olhos.
Filho. Nasceste numa manhã tão clara. Filho, doeste-me. Fizeste-me. Vais-me fazendo. Não sei se é o teu riso, se é a tua carne que não é minha (não, não é minha, é tua). És um espanto. Tudo em ti é um espanto. Era uma manhã tão grande, quando nasceste. Eu era uma miúda. Quando nasceste. E tu tão pequeno a seres gigante na minha pele. Preciso de ti para te explicar que nasceste hoje mas que este hoje foi há três anos. Parece tão pouco. E é tanto. Por te ter aqui o meu coração bate em vida e com vida. Por estares aqui pude ver-me morrer um amor sem me desejar morta. Um dia chamaste-me mãe. Vê lá tu. Eu, a tua mãe.

Parabéns filho. Obrigada por me teres escolhido.

Parabéns meu amor.

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