terça-feira, 28 de agosto de 2012

Levanta o braço

Despede-te de nós. Sabes que já vimos partir sem um beijo um adeus uma palavra uma coisa qualquer sabemos isso de cor fomos ficando aqui enquanto tudo deixava de existir até sermos o centro do mundo um do outro. Demos as mãos e saltámos para o escuro. Ao menos, despede-te de nós, não nos deixes aqui à beira do passeio e da vida diz qualquer coisa que seja mais do que as tuas costas e o teu passo rápido. Em suspenso, chamámos-te do final da rua e tu és a certeza maior, porque estás com pressa. Nós que saltámos de mãos dadas no escuro, pensámos que não ia ser assim. Deixámos-te entrar no nosso círculo tinhas uma cadeira e um coração tinhas mais do que um par de braços oferecemos-te lugar rimos contigo e nunca te fechámos a porta. Partilhámos o pão e o molho o riso e a lágrima e tu saltas o passeio e quando damos conta estás do outro lado da estrada. Esqueceste-te de te despedir de nós. Esqueceste quase tudo. Levanta o braço, olha-nos nos olhos e diz adeus.

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