sábado, 25 de agosto de 2012
Filho (mãe)
Quando decidi ser mãe, quase todos me olharam estranhamente. Não era muito nova, mas tinha tempo. Tinha tanto tempo. E queria ser mãe assim. O meu filho aconteceu-me, é verdade, não foi planeado, mas eu tenho a certeza absoluta que o meu filho tinha de ser. Exactamente este meu filho. Eu, que nunca sonhei com casamentos véu e grinalda eu que sempre fui independente e fugi de dependências decidi isto de ser mãe com o coração, que é a única forma de se decidir com razão. Claro que ouvi conselhos, ouvi de tudo, enquanto um sorriso me torcia a boca e eu amava já essa aventura eterna. Não sabia nada. Não sabia nada de nada. Mas suspeitava. Nunca fui tão feliz nunca vivi tão apaixonada. Nos piores dias e às vezes são maus de breu, olhar para este meu filho é olhar a mais bela verdade, a minha razão mais certa. Ele sabe disso. Sabe mesmo. Quando somos obrigados a ficar longe, às vezes pego no carro, fujo e vou vê-lo. Vou ouvi-lo respirar. E sossego. Quando ele não está, uma parte de mim está assim no sítio onde ele estiver. Quando me dói tudo muito só preciso de o abraçar com força. Fecho os olhos e lembro-me do dia um que se repetirá até ao último. Gosto de ser mãe de dizer filho. Enche-me a boca e o coração.
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E eles serão sempre aquele Amor Eterno.
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