quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Carris

Ele tem mãos de cliché e um cabelo assim que ninguém entende. Gosto das roupas de cores lisas e neutras porque isso é tudo aquilo que ele não é, olho-o e vejo uma cornucópia. Toquei-lhe assim no lenço do pescoço ao de leve e nesse espaço rápido nesse tempo curto que demorou a minha mão a ultrapassar os centímetros de ar que nos separavam quis dizer coisas inteiras e disse. Disse-lhe que a curva dos seus olhos disse-lhe que os ombros que também encolhe disse-lhe que não tenho medo que nunca tive contei-lhe do Verão e do Inverno do mar zangado e das janelas abertas que dão para uma árvore que tapa uma linha de caminho de ferro. Cresci junto a comboios, como não acreditar que ele é também a minha casa?

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