domingo, 22 de julho de 2012
Alfabeto do coração
De que me valem todas as palavras do mundo? Construir coisas com elas fazê-las saltar atirá-las mais para diante, enrolá-las entre os dedos, torná-las fininhas ou grossas como uma boca cheia de riso como um comboio em hora de ponta? De que me valem as palavras de arte, torcidas como linha de renda, telas e Arraiolos, de que vale serem todas força, derramarem-se sobre a página como onda a descansar na areia? De que me vale a beleza de tudo isto, olhar através das janelas e encontrar sempre alguma coisa para dizer de outra maneira. De que me valem todos os poemas do mundo, todas as coisas que sei, essas danças intermináveis na minha cabeça? De que me vale esta página inteira? De que me vale tudo o que acontece por fora? De que me vale o discurso certo e a frase fácil se não sei o alfabeto do coração?
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