terça-feira, 19 de junho de 2012

Adiante

Claro que tenho medo. Estou repleta de medo. Todos os meus poros são medo. Os dias caminham rápido e as derrotas tantas tantas. Porque este é o tempo de todos os medos. Sim, eu tenho medo. Estou aterrorizada. Mas não consigo gritar. Nesta batalha os gritos e as lágrimas ocupam demasiado espaço. Precisamos de verde e de céu dessas coisas que são as únicas que sobram quando ficamos com nada. Precisamos de respirar. E eu respiro. Aqui, no meio do medo. Respiro e avanço. Avanço com o que tenho e com o que não tenho. Avanço em farrapos, em sangue e em carne a doer, se for preciso. Mas avanço. As mulheres choram enquanto caminham. E eu não posso parar.

3 comentários:

  1. se eu soubesse algum dia escrever assim, estas seriam as palavras que escrevia para mim, precisamente no dia em que aqui foram publicadas...
    p.

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