sexta-feira, 1 de junho de 2012

Devagar

Enquanto faço o jantar salsa cenoura o dia desce lá fora e este calor deixa-me os pés nus no chão. Espreito e vejo-te lá ao fundo, meio de lado, a esquina que te cobre metade do corpo sei da janela aberta aquela que tu temes porque eu te disse cuidado. Mas está aberta. E eu espreito estou sempre a espreitar. Claro. Sou feliz aqui com tudo o que me falta com tudo o que não posso lembrar. Sou feliz aqui nesta rotina da salsa e cenoura e do texto para escrever e do telefone a tocar e mudo-te os calções enquanto combino coisas de dinheiro e de comida na mesa e de sonhos também. O meu sonho era mais ou menos este. Vamos ficar no mais. Sou feliz aqui, não penso no menos. Enquanto descansas atravessado deixei de fazer contas, sabias? Corri tanto, corri muito, para parar à tua frente e saber que me chega. Depois de perder muito. O dia desce lá fora salsa cenoura a louça por lavar amanhã arranjo as unhas porque isso agora não importa poqrue viajo aqui dentro. Aqui dentro. Sente. Está a bater. Todos o medos. Não quero ter. Parei à tua frente e soube. Quando todos diziam não vás não faças eu escolhi parar à tua frente. Por isso é que quando te espreito e vejo metade de ti por causa da esquina, sou feliz. Precisamos todos de parar. Horas para acordar. Horas para adormecer. Fiquei muito cansada. Quero descansar no teu amor. Amor. Nada me falta.

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