A secretária do pediatra é amiga da família. Não da minha. É amiga. Sabe coisas. Perguntou se estava tudo bem. Disse outras coisas. E finalizou: "eles nunca vão achar piada às macacadas dos nossos filhos como nós ou os pais". Eles são os outros, os que chegam depois. Não sei se ela disse isso perante a birra do menino, não sei se ela disse isso porque está porque é amarga ou porque já viu ou porque sabe.
Fiquei triste porque concordo. Há uma família que nunca se destrói. O pai do meu filho e eu estaremos para sempre ligados por causa do menino. Só os dois sabemos o que é sentir isto por aquele menino específico.
Claro que o amor se constrói. Mas, lá está, as macacadas do menino, aquilo que ele fizer de horrível e feio de menos giro é só nosso. E isto é a única coisa de que tenho pena: por já não sentir amor por quem ama exactamente como eu, o meu menino.
E só hoje, cinco anos depois, me apercebo que essa é sem dúvida a única desilusão que alguma vez importará.
Sei do que falas. Sinto o que sentes.
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