quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
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Abre e fecha os olhos, vais ter de acordar algum dia. Amor, que saudades dos comboios sujos. Amor, e do rio. E da porta verde tão grande quanto tudo o resto. E dos sinos (sabes que ainda ouço os sinos). Por que é que nunca arriscaste mais, o que fez de ti tão certo e regrado tão suave como os meus cigarros? Eu sei eu sei tu e a tua mãe falam com doçura e as janelas da tua casa são brancas assim muito novas como tudo o que eu nunca vi. Quando o comboio partir tu serás uns dos que não se vão despedir. És da gente forte e plana, enquanto eu sou estas montanhas às vezes fecho os olhos e tu não sabes. Que saudades amor das ruas que não me mostraste e do vinho que não bebemos e todos aqueles vestidos que guardei (nunca cheguei a usar). Que saudades do que quase vivi.
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