segunda-feira, 30 de abril de 2012

S.

És metade do meu tamanho. Dá-me mais jeito secar-te o cabelo se estiveres sentado. E, hoje, fechei os olhos e senti o teu corpinho pequenino dentro de mim. Passou todo este tempo e não passou tempo algum. Quero vestir-te umas calças minúsculas, mas o que mais desejo é que caibas no meu abraço, sem que sobrem pernas e braços. Já não te posso chamar bebé. Tu não te importas, mas tenho de te deixar crescer. Sussurro para que não oiças: bebé, bebé, bebé, meu bebé. Sais a correr do ATL e contas-me coisas de amigos e inimigos que depois ficam amigos. O meu ar de parva deve confundir-te. Talvez me aches estranha. Sempre que olho para ti eu sei que as tuas mãos cresceram, eu sei que agora és um menino que refila comigo e que me diz: "Mãe, tu não sabes jogar", mas aqui no meu coração tu és sempre do tamanho com que nasceste. Continuo a cheirar-te, sem que percebas. E a chamar-te, em segredo, bebé.

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