quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ouve

Capitão, capitão, não tenho medo de morrer, desde que me tragas os olhos ciganos do meu primeiro amor e a primeira vez que senti um filho. Leva-me ao colo do meu pai e devolve-me uma tardinha morna em que esperava pela minha mãe. O dia em que ela chegou. Capitão, eu não tenho medo de morrer, desde que me tragas o muro onde escrevi datas de esperança e o blusão preto que me fez feliz a cabine telefónica a camisa de dormir verde com flores e o primeiro dia de tudo. Capitão, que o último seja outra vez o primeiro. E eu vou.

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