segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Perdedor

Desiste tu que eu não desisto. Não volto atrás todas estas cicatrizes a dor tamanha de todos os meus erros sou tudo isto é certo podes escrever aí na minha ficha que eu não desisto. Não troco aquilo em que acredito pelo mais fácil e confortável. Não troco a paixão de que sou feita nem o oceano dos meus pecados. Sou pecadora, mas sou livre. Vou ser sempre livre. Neste intervalo podias ter aprendido tudo sobre força. Esta é a minha força: nunca voltar atrás. Eu não volto atrás. Mesmo quando parece mais fácil. Seria. Viverei morta de cansaço retalhada das cicatrizes perdida na cidade encostada a muros a olhar os buracos que se abrem debaixo dos meus pés. Mas continuarei a ser eu. De mim, quem passar, não irá dizer: aquela que ali vai desistiu. Nunca o fiz, não o farei agora. E o amor, o único amor que importa que nos faz voar por cima de edifícios e temer a saudade da mesma forma que se teme a morte, esse amor claro e puro, esse amor verdade, irá, de novo, cair-me aos pés. Eu sei. Porque não desisto. Desiste tu. Talvez hoje, talvez já amanhã, nuns olhos grandes e cheios de possibilidades, num cheiro doce e ameno, na aventura mágica que é cair, cair de pé, ficar no chão, correr todas as ruas e ao longe gritar aquilo que mais se sente que é mais verdade que é o vulcão que ninguém nunca, por mais que tente, conseguirá alguma vez apagar.

3 comentários:

  1. E esse amor que faz sobrevoar prédios não será amor fósforo, que arde num instante e nada deixa ficar? Será desistir querer subir ao topo de um prédio e por lá ficar? Que temos para aprender? Que temos para ensinar. Não desistas. Nunca. Para que não digam, aquela que ali vai desistiu. Se bem que aos olhos dos desistentes não há heróis.

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