segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Nome feio

Estava ali sossegada. Soprei os balões e comprei uma corda azul com que os amarrei aos postes. O meu menino fazia anos e eu fazia a única coisa que sei fazer bem: amava-o. Quando tu chegaste eras apenas tu e eu sabia do caminho que tinha feito e das noites e dias necessários à minha ainda recente transformação. Era um fantasma tranquilo, mas de coração sossegado. Depois, achaste que podias derrubar a minha casa plantar conforto nos olhos da minha mãe semear ternura nos braços das minhas irmãs. Eu deixei. Não fiz por isso, mas deixei. À tardinha, o meu corpo doía e o meu coração também. De coisas que tu não sabias que eram a minha vida e que eu levaria para a frente. Olhaste para mim como sempre fizeste como coisa que te pertence como coisa que podes amar e odiar à velocidade da tua fraqueza. Quando saíste eu adormeci e o meu coração batia ao ritmo de sempre. Só bateu mais rápido agora, que destruíste tudo... por nada.

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