domingo, 24 de fevereiro de 2013
Esquecer
Sabes que o meu amor por ti vem antes da raiz é disso que preciso que te lembres e que guardes. Não digas nada eu sou apenas uma mãe aflita uma mulher com dúvidas e perdi as chaves de casa. No teu canto ouves as vozes e são as do teu avô e o doce que a tua mãe faz tem chocolate e natas. Eu, amor, desconheço o imutável. Não me perguntes nada, eu sou só alguém com tudo a perder. Não perguntes nada porque não é o caminho que nos faz estamos na estrada mas não somos a estrada e eu morro de pé como se diz como a árvore mesmo que os olhos secos mesmo que tudo esteja errado ainda que saiba que não deveria ser assim. Amor, canta-me melodias doces ao ouvido ou fala-me dos teus vizinhos porque eu sou como quem vem da guerra e não quer falar disso. O meu amor vem antes ficará depois tu sabes e ainda que nunca entendas os meus pesadelos que seja impossível explicar-te as nódoas negras depois de tudo isto eu quero lembrar-te como o anjo que nunca foste e de nós como o sonho que vivi um dia. E ese dia único me basta e bastará para que possa levar esta aflição e esta tristeza calada que nem eu sei. E esquecer.
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