segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Confissão

Gosto de olhar para as pessoas doces e de as ouvir como se fossem um quadro que eu jamais pudesse pintar. Tal como em criança gostava de assistir às vidas mais banais como se fossem uma música de embalar. Encantei-me pelas bolachas sempre na mesma caixa, pelos cobertores coloridos, pelas gavetas a cheirar a sabonete. Pela eternidade de uma família. Desenhei casas em papel, bolos em papel, meninos e meninas em papel. Quando cresci, fiquei zangada. Começo a achar que ainda estou. Muito zangada.

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