sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Depois
Não quero ser pequenina e mesquinha e poucochinha. Não quero ser para baixo olhos de carneiro queixume fácil sorriso torto testa crispada lágrima pronta não quero ser "a mim nunca vai acontecer" bem longe de "eu nunca tenho sorte". Não quero ser idiota fraca rezingona doente de nada encurvada de tudo nem quero ser preguiçosa queixinhas molenga chega para aqui o aquecedor pele baça olhar mudo dentes cerrados. Não não e não. Eu quero ser alta do tamanho dos meus sonhos da minha vida grande como gargalhada sábia como uma avó deslumbrada como uma criança quero rir de manhã à noite e rir quando não é para rir quero ajudar quero estar lá. Fazer alguma coisa. Fazer alguma coisa. Poder mudar de fora para dentro de dentro para fora. Desarrumar tudo ter uma escada que chegue ao tecto onde estão todos os meus livros. As palavras são o meu céu e é lá que durmo este é o meu fio puxo-o devagar, o caminho, tantos que o disseram, é feito ao andar.
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