sexta-feira, 25 de março de 2011
Desconhecida
O amor entre duas pessoas é uma coisa estranha. O amor romântico, que do outro não há nada para dizer. Existindo, basta senti-lo. O amor de um pai por um filho. Não há como. É genético, passa pelo cordão umbilical, está na pele, existe por dentro. Falo do amor entre um homem e uma mulher ou entre um homem e outro homem entre uma mulher e outra mulher. O amor entre dois indivíduos que não partilham genes. É duvidoso e tantas vezes mentiroso. Haverá realmente alguém tão bom ao ponto de amar e bastar-se nisso? Alguém que ame tão verdadeiramente que diga: vai-te então se serás mais feliz sem mim ainda que eu te ame, vai-te com ele ou ela, que eu amar-te-ei sozinha sem sofrimento ou com um sofrimento todo ele explicado pelo bem que te quero. O amor entre duas pessoas tem tanto segredo. Tem tanta complicação. Tem tanto de bom como de impossível. Num momento voamos e existem brilhos no que vemos e é impossível amar outro ou outra. Mentira. Amamos a seguir. E amamos outra vez. E não é o mesmo ou a mesma ali. Dizem que, no fim das contas, o que importa é o amor que se sente. Então não somos meras passagens, então não deveria custar deixar partir ou partirmos nós. Se custa e não é amor, há que encontrar outra palavra. Desconhecida.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Paula,
ResponderEliminarPertenço ao grupo dos que ama tão verdadeiramente que diz isso mesmo que tu referes. Sempre vivi assim o amor. Talvez por isso me seja cada vez mais dificil amar. Pela dificuldade de encontrar quem não tenha do amor um conceito de propriedade ou de auto preenchimento. Não é fácil amar. Assim como não é fácil deixar de partilhar a vida com quem amamos, é verdade. Mas a morte também não depende da nossa vontade. Só há que aceitá-la, fazendo o devido luto e continuando a caminhada. Ainda assim, não encontro melhor forma de estar e de me relacionar. Só amando assim, incondicionalmente, perante as partidas que a vida nos pode pregar sinto que amo verdadeiramente. Se "só te amo se te portares bem e nunca me contrariares" não amo, amo-me, narcisicamente, vendo no outro o que quero ver em mim.
Vou tentando. Algum dia volta a acontecer.
Para mim, se não é amor é egoísmo. Ou posse.
Beijinho.
Já tinha saudade da tua rua.
Olá (obrigada por nunca te ires embora),
ResponderEliminarSim, o amor devia ser sempre assim. Sei que tem de ser assim. Que só assim poderá ter esse nome. Talvez nunca tenha conseguido amar, da única forma que existe para amar. Somos egoístas. Queremos que o outro nos cure e nos leve aos ombros. Só existe uma forma de amar: a tua. Espero que encontres quem assim consiga sentir - são tão poucos - espero viver o suficiente para aprender a amar dessa forma.
A minha rua anda deserta, é verdade.
Beijinhos para ti,
Paula
Gostei mto. Revejo nas taus palavras cenas passadas que ainda hoje me doem. Não sei parar esta dor, acompanha-me, amordaça-me, aniquila-me. Não gosto do amor. Nunca gostei. Porque etstá sempre ao contrário. Porque nunca está certo!
ResponderEliminar