segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Promete

Quando tu passavas, eu, que sabia nada de nada, sabia isto: os teus passos certos no chão, a forma como o teu olhar mais cinzento que azul se demorava nas coisas. Todos te viam o azul dos olhos, menos eu. Em ti sempre houve mais cinzento, todas essas coisas que te travam e te fecham esses muros e essas ruínas que tu não sabes de onde chegam. Eu sabia. Não me perguntes como eu sabia. Depois, houve um dia em que me sentei no teu colo e ouvi-te falar de coisas que não falavas e apesar do rio e da luz que explodia no céu eu sabia, de novo, que nunca tinha estado tão certa. Quero dizer-te: "Não me deixes aqui a saber de ti, de novo, sem poder alcançar". Mas, se assim tiver de ser, promete-me que não ficarás com menos do que amor.

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