sábado, 22 de novembro de 2014

Nunca é para sempre

Que tudo desapareça. Porque eu lembro-me de tudo. São como homenzinhos com picaretas na minha cabeça e no meu coração imagens que se repetem e repetem uns pés umas pernas uma camisa preta o café a rua as árvores em frente o Verão um vestido branco dias e dias e dias e dias e dias e dias. Tem de desaparecer. Os meses não acabam é uma loucura não sei como conseguem, os outros, continuar a caminhar. O medo e as dúvidas as certezas. As certezas. Que desapareçam os copos de cerveja e as noites as músicas que não sei os lençóis azuis escuros e os outros. a cozinha a tábua de alumínio onde se corta o pão a torradeira o meu coração partido o quarto ao lado o quarto ao fundo as mesas do café. Que morra que acabe que seja tudo há tanto tempo há tanto tempo e é agora. Que terminem os pesadelos deixa-me descansar deixa-me descansar deixa-me descansar.

Sem comentários:

Enviar um comentário